Vamos lá, próxima e última tatuagem é uma homenagem, fiz em Novembro/2013, ela foi decidida rápida e sem dúvida alguma.
Sempre tive cachorros, por decisão/vontade dos meus pais. Eu
estava muito ocupada ~ vivendo minha vidinha ~ e nem tchum(de coração/alma)
pra eles, eu brincava, levava pra passear, dava biscoitos, por certa
"obrigação” e até fazia o meu tempo passar(bem feio isso, mas tô sendo sincera com ocêis), era um amor ainda
desconhecido. Eis que uma deu cria, conseguimos doar todos, porém, ficou uma.
Nomeamos de Neguinha e dela não desgrudei, nunca, jamais. Foi algo inexplicável,
sempre ouço dizer que quando eu era criança, tinha curiosidade dos bichos, mas
a insegurança não me deixava tocar e chegar perto. Só conversava (mesmo!) de
longe.
Tendo ela como melhor
amiga, conversávamos, passeávamos, dormíamos, comíamos, e inúremas vezes foi me
buscar no colégio, tudo sempre com muita felicidade.
Os anos passaram e fazendo parte da vida, o sinal da velhice foi
aparecendo, beirando seus sete anos de idade, comecei a ouvir de familiares e
amigos que eu precisava entender, um dia ela não estaria mais conosco. A
angustia batia, mil pensamentos de “como eu viveria sem ela?” mas escolhi ouvir
a minha intuição e não dei importância para os falatórios – mesmo sendo pro meu
bem - continuamos vivendo intensamente. Temos histórias lindas, bizarras,
esquisitas, que eu poderia preencher muitas e muitas linhas aqui, mas não
basta, só resumo em agradecimento, por forças do Universo não ter deixado eu me
abalar com palavras alheias. No seu nono ano de idade, veio adoecer. Do nada,
começou a rejeitar comida, piorando, foi diagnosticado um probleminha no
fígado(resumindo, tá?), das duas uma, sarava de vez ou viria ao óbito.
Eu e minha irmã mais velha lutamos até o fim, fizemos cada lágrima
virar dinheiro pra pagar tudo. Afinal, o amor e dedicação que ela nos dera, pagou tudo. Foram dias e noites voltados para ela, fui firme, como ela gostava
de ver - qualquer dia que eu chegava cabisbaixa ela grudava, me dava mil beijos
até a Paz voltar ao meu coração, e dava super certo - , foram idas e vindas até
o Veterinário, dias só pra exame, dias porque havia piorado. Até que, dia 08 de
Julho de 2013, em uma ida as pressas ao Vet, não voltei com ela nos braços. Mas
voltei com todo amor que ela me deu, me ensinou, com as lembranças da história
que construímos, com a pata dela carimbada em um papel(que virou a tal tatuagem, ideia da minha irmã), e com a saudade ~ que até hoje transborda pelos meus olhos ~, voltei também com a missão de cuidar da filha linda que ela nos deixou, a
Sisha, em outro post conto mais desse anjo!
Moral dessa história que me fez tatuar; toda essa fase me trouxe
sabedoria, me ensinou o que é amor de verdade, aquele que você sente/faz/se doa sem ter uma razão descritível,
mesmo recebendo de casa uma educação voltada para o voluntariado, foi ela quem brotou
essa semente no meu coração, regou e fez com que eu entendesse de vez que o
amor é fundamental para a nossa sobrevivência.
Deixo aqui um pedacinho da história, mas também, quero deixar
minha dica, ame e deixe ser amado, sem questionamento, sem empecilho, repare
nos sentimentos que pequenas atitudes diárias te fazem sentir, se tem animais
em casa, vá lá, olhe pra ele, se deixe sentir o amor que é transmitido pelo
olhar, pelo pedido de carinho e afins. Se não tem, na rua mesmo, aquele gatinho
no telhado, o cachorro da vizinha, eles também tem um olhar recheado de amor
sempre.
Ela fica na parte de trás da batata da perna, ó:
Ela fica na parte de trás da batata da perna, ó:
Beijos.
Acho lindas as tatuagens que tem algum significado sabe? São as mais lindas e sempre que alguém ver e perguntar você vai poder contar uma história. Linda!
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